De onde nasceu este embrião que me desvirgindou o medo?
O medo de não me dominar em meu corpo, e precisar do teu para ser pleno.
Porque quando estás em mim, eu nem sei se da terra preciso. Mas quando me foges dos sentidos, quase que nem sou gente para ser vista.
Se surges ao longe e vens para mim, o mundo desdobra-se e tudo me escapa para ser feito.
Mas quando sais e o vento não te traz o cheiro, já nem sei se me sinto.
Então disfarço que o mundo desaba, atiro para o ar a naturalidade que nem as pedras sentem, e deixo de ser até teu, pois desapareço de mim.
Mas tu tens voltado…e só por isso este embrião que nasceu da tua luz, ainda está vivo.