Os sistemas energéticos humanos não são diferentes das outras engrenagens.
Todos os dias tenho pacientes que suspiram que apesar de treinarem não evoluem a sua performance e não conseguem perder peso.
A coisa boa da matemática é que é fria e sem estados de alma. Por isso para perder peso temos de gastar mais do que ingerimos. Fácil.
Como gastar mais?
Exatamente como quando fazemos uma viagem de carro, se colocarmos a nossa velocidade estabilizada nos 100/h, apesar de gastarmos combustível, gastamos muito menos do que se alterarmos constantemente a velocidade.
Foi esta análise que fizeram nesta revisão bibliográfica com 786 estudos.
Treinar de forma intervalada aumenta em 30% o gasto calórico e consequentemente o recrutamento de unidades motoras mais capazes melhorando o rendimento.
Isto no fundo resume-se assim:
✔️somos preguiçosos por natureza e somos versáteis a desculpar os nossos comportamentos errados. A culpa é do metabolismo, da tiroide e do azar, já conheço a história;
✔️a consistência é algo obrigatório. Só depois de 3 meses de treino 3 a 4 vezes por semana no mínimo 45 min, o nosso organismo sente a necessidade para apresentar uma base relativamente sólida. Há e se pararem muito mais rapidamente ele perde a sua capacidade ( rentabiliza recursos).
✔️ o treino intervalado é pouco utilizado por uma razão simples: cansa muito. Sai fora da normalidade sensorial do ser humano atual ( ter tudo com o mínimo esforço possível).
✔️ mais importante de tudo é a representação do treino intervalado sob o ponto de vista biológico. Enquanto o contínuo é essencial para a base homeostática, o intervalado será imprescindível nas reações de sobrevivência. O intervalado obriga o corpo a estar preparado na reação à instabilidade. Mantém o sistema orgânico alerta e plasticamente ativo. Deixar de intervalar estímulos é o início da degradação. Física e intelectual.
Baseado no artigo:
https://bjsm.bmj.com/content/53/10/655
Atleta: Mario Elson