A ciência abre-nos um mundo muito mais imenso que o da fantasia.
Ela sobrepõe-se ao humano, da mesma forma que os Deuses entraram na nossa evolução Sapien.
Entrou de mansinho apoderando-se das ciências humanas, médicas e sociais.
Carborada por um questionamento insaciável , nada poderá passar impune à sua arguência.
Quem mais sofre com isso foi quem a fez nascer: o nosso self. Esconde-se da falha, enganando o arbítrio num vasto espectro, que deriva desde a lógica filosófica à razão.
Tínhamos de dar um nome a esse engano e escolhemos vieses. E como são versáteis estes enganos. Além de serem infinitamente complexos (volta e meia lá aparece um novo), eles atuam no próprio momento da sua comunicação.
Tão comum observarmos a exposição científica com comunicação imperceptível, decorada com juízos de valor depreciativos, nada imparcial e recheada de estados de alma.
A ciência é dura porque nunca para na observação, comunicação, partilha e muito menos na prática. Ela exorcisa o racional para um patamar reflexivo, que nos coloca ao mesmo nível da poeira do cosmos.
Mas ela também nos ensina a ser humanos, percebendo esta fragilidade profunda de sermos altamente sensíveis, desvalorizados, mutáveis e carentes.
Por um lado ela mostra-nos quem manda, desfaz mitos e crenças, altera paradigmas e lendas, sentando-nos nus mirando para um espelho onde nada terá maior significado que a pura sobrevivência.
Mas por outro lado ela esclarece a humanidade, essa rede emocional que nos fez unir em grupo, amar, imaginar e sentir o infindável mundo da crença.
Se não usarmos a ciência para nos promover vantagens adaptativas, ela destrói-nos. (Basta observarmos a filosofia do Niilismo puro, onde o sentido da vida é insignificante e a única salvação será na morte. Mas até aí teremos problemas, pois para esses pensadores a escolha da morte no suicídio será mais complexa e dura que a própria vida.)
Se formos ciência em vida, no questionamento, arguência, equidade, partilha, aceitação, respeito e transformação, ela eleva-nos novamente ao mundo maravilhoso que é ser humano.
Boa tarde, Eduardo, seus artigos são muito bons, parabéns, grande abraço.
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Muito obrigado
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